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POEMA: Guitarra e análise

GUITARRA

PUNHAL de prata já eras,
punhal de prata!
Nem foste tu que fizeste
a minha mão insensata.
Vi-te brilhar entre as pedras,
punhal de prata!
— No cabo, flores abertas,
no gume, a medida exata,
a exata, a medida certa,
punhal de prata,
para atravessar-me o peito
com uma letra e uma data.
A maior pena que eu tenho,
punhal de prata,
não é de me ver morrendo,

mas de saber quem me mata.

Cecilia Meireles


Análise: Neste poema ela descreve o passo a passo até o momento do suicídio.
O punhal já era punhal; ela já estava pré-disposta a cometer o ato, portanto o punhal por ser punhal não a influenciara; a lamina possuía a medida certa para lhe atravessar o peito, e no fim a reflexão que o que lhe fazia sofrer mais não era o fato de estar morrendo e sim o fato de saber que fora ela mesma que acabara com a própria vida. 

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